Eco-Wow!

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Written on 11:59 by Ricardo Paes de Barros

A floresta mandou um aviso. Ela está morrendo. Ela avisou que quer que as indústrias, instaladas em sua região, saiam de lá. Deseja, com a mesma intensidade, que a fumaça que a sufoca desapareça. O homem entendeu seu apelo, sua súplica, e faz o que ela pede. Ele se sente culpado por tudo de mal que fez à floresta em questão. Agora, é amigo do meio ambiente, entende e respeita suas limitações; enfim, virou uma pessoa com consciência ecológica. Mas talvez, tenha ido longe demais. Virou o que se classifica, atualmente, de eco-chato, aquele que é caga-regras, quer tudo certinho, não se permite – ou permite aos outros – matar um pernilongo ou uma formiga, gasta milhares de reais com energia solar em sua casa, agora totalmente aberta ao jardim; e seu banho de água fria não dura mais que quatro minutos.
Para ir trabalhar, não chega nem a recorrer ao seu carro híbrido sem-graça, usado para ocasiões especiais: decidiu por andar de bicicleta no meio de uma avenida congestionada na hora do rush. Esses idiotas, que não respeitam o planeta Terra, pensa por debaixo de seu capacete. Enfim, o senhor em questão que estamos tratando, de forma simbólica, representa muitos que existem por aí, os legítimos eco-chatos que compreenderam o perigo pelo qual o planeta está passando mas resolveu mudar de forma drástica todo o seu comportamento e modo de vida, beirando o comportamento de… um homem das cavernas? OK, não chega a tanto. Eles só querem compensar tudo de errado que já fizeram contra a Terra.
Vejo nessa atitude, louvável para alguns, um grande erro. Não vejo sentido em deixar de lado seu modo de vida apenas para respeitar a natureza. Sim, esse dever é de todos e é necessário. Entretanto, acredito que o desafio da humanidade para os próximos anos é conseguir conciliar os prazeres da vida com uma vida ecologicamente consciente. Em outras palavras, não queremos nada que nos tornem eco-chatos. Queremos coisas eco-maneiras, prazeres, os quais possamos curtir sem o peso na consciência de que estamos fazendo algo ecologicamente errado. Queremos uma casa amiga do meio-ambiente mas não aqueles cubículos com chão de terra, queremos carros híbridos*, que emitem menos poluentes, mas sem um desempenho medíocre e visual sem-graça, por exemplo… Melhor não dar exemplos. Falando de carros (minha praia), é nesse sentido que surge o Tesla Roadster (foto abaixo), totalmente elétrico – ou seja, não queima combustível e não polui –, desenvolvido com a ajuda da Lotus e que faz de 0-100 km/h com uma aceleração de 3,9s, colocando-o no mesmo patamar da Ferrari. Melhor ignorar esses assuntos técnicos, e afirmar que, apesar de ser caríssimo, muitos astros de Hollywood estão comprando esse carro. Querem passar a impressão de que respeitam a natureza mas não querem ficar mal na foto da revista People.Bem-vindo ao futuro. Acho que, hoje, é possível – e preciso – conciliar a proteção ao meio-ambiente com o que há de bom na vida. Só assim, quando houver produtos eco-maneiros em todos os setores, é que o homem prestará mais atenção ao que a Terra está passando. As florestas, de certa forma, agradecem.

*Carro híbrido: carro que possui um motor a explosão, que queima combustível fóssil para funcionar, e um sistema elétrico, que utiliza energia elétrica. Reduz muito o consumo, mas ainda assim polui.

Teorias conspiratórias

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Written on 10:45 by Ricardo Paes de Barros

Ganhei de Natal o livro Gomorra, escrito pelo jornalista italiano Roberto Saviano, que se infiltrou na Máfia italiana – a Camorra – e posteriormente escreveu sua obra, revelando todos os segredos dela. Ao publicá-la, foi ameaçado de morte pela organização criminosa e desde então, vem cercado de seguranças para impedir seu assassinato que segundo a Camorra, seria “até o Natal”. Me surpreendi com a história e pedi o livro. Alguns, contudo, já se apressaram em afirmar que o livro nada mais é que uma conspiração, uma jogada de marketing para fazer o livro vender absurdos, que Saviano não estaria sendo ameaçado coisa nenhuma e que é tudo mentira, para que fiquemos surpresos com a história e compremos o livro.
Pessoalmente, não estou nem aí para a história por trás de Gomorra. Quero apenas ler o livro em paz e conhecer o que a Máfia faz; independentemente se ela está ameaçando o escritor ou não. Se estiver, é ainda melhor, para falar a verdade; cria um clima interessante – ler algo meio “ilegal”. Se não estiver, paciência, o livro torna-se apenas mais uma obra que narra o que a Camorra faz, e isso sempre quis ler.
Indo mais além, lembrei das chamadas “teorias conspiratórias”, que me enchem o saco, às vezes. Acho que, com o tempo, descobrir e investigar, ou pelo menos suspeitar delas, tem causado um certo frisson. Dizem que o homem não foi à Lua, que Bush ordenou o ataque às Torres Gêmeas, que a Princesa Diana foi assassinada pela Família Real britânica, que o ataque a Pearl Harbor foi permitido, dentre outras. Na minha opinião, quem desenvolveu essas teorias conspiratórias são pessoas sem muito o que fazer, que acabam vendo segredos em qualquer coisa. Vai ser incrível mesmo o dia em que provarem essas teorias, isso sim. Porque afinal, são apenas teorias – e não fatos propriamente ditos.

Observação: isso porque nem comecei a ler o livro Gomorra. Quando terminar, hei de postar aqui o que achei. Na foto, o cartaz do filme, que é a adaptação do best-seller de Saviano. Leia os comentários do Estadão.

Mudanças

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Written on 12:51 by Ricardo Paes de Barros

É sempre bom mudar. Pensando nisso, e inspirado pelas alterações que minha amiga Bia gerenciou em seu blog The Walker (visite-o!), estou adotando um novo visual no blog. Espero que gostem.

Nunca esqueça o saquinho. Nunca

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Written on 12:42 by Ricardo Paes de Barros

Aprendi que nunca, sob hipótese alguma, se deve esquecer o maldito saquinho plástico para limpar a sujeira do seu cachorro. E não venha com a desculpa que você esqueceu - essa eu já usei e não funcionou.
Estava eu um dia passeando com o Willy, meu simpático cachorro, de má vontade uma vez que não estava com vontade de fazer aquilo. E, claro, havia esquecido o saquinho - ou não quis levar, tamanha a irritação. Ah, meus senhores! Minha birra com o ato de catar o cocô se transformou em um grande conflito interior para mim.
O cachorro inventou de fazer suas necessidades bem no canteiro do prédio mais caro e pomposo da rua, lotado de seguranças mal-educados. Tendo esquecido o saquinho, optei por fingir que estava apreciando a bela construção do edifício durante sua ida ao "banheiro". Ao terminar, saí apressado. Um segurança, um velho de óculos e bigode, foi mais rápido e perguntou: Não vai catar não? Apressei em preparar um discurso de desculpas. "É, esqueci dessa vez, deveria ter trazido. Erro meu!". Ele fez uma cara feia e disse algo como "assim não dá", meio incompreensível. Continuei meu caminho, angustiado. Ainda tentei achar na rua um saquinho solto só para voltar até a calçada e jogar na cara daquele sujeito que eu era um CIDADÃO e tinha capacidade mental de admitir meu erro e consertá-lo.
Os dias se passaram e acabei esquecendo o acontecimento. Mas, último sábado, meu amigo Alberto veio para a minha casa e, obedecendo meu grande pai, levamos Willy para um passeio e sim, levamos a porcaria do saquinho.
Passamos em frente ao prédio daquele segurança mal-educado e discretamente peguei o saquinho nas minhas mãos, só para mostrar que, desta vez, eu o tinha. Ele estava meio dentro da guarita, rindo com seu amigo porteiro. Continuei andando e o cachorro foi inventar de fazer cocô do outro lado da rua. Fiz um grande teatro, peguei o saquinho e fiquei mostrando para todo mundo na rua, e limpei. Meu amigo Alberto jura que o segurança nem percebeu.
Andamos mais alguns metros e nos detivemos em uma casa, também com segurança. Willy fez mais necessidades. Não tínhamos outro saquinho a não ser aquele, usado. Minha idéia BRILHANTE: jogar na rua o cocô dentro do saquinho, e pegar de uma só vez os dois. Era uma tarefa relativamente fácil, e estava num ângulo de visão propício, para que o segurança velho do outro lado da rua vesse.
Depositei o cocô antigo na rua e virei o saco para não sujar minhas mãos, mas algo nojento aconteceu. Segundo Alberto, que falou em voz alta, eu confundi o lado do saquinho e enfiei a mão no lado sujo. O segurança, intrometido, afirmou: É, meu amigo, você realmente pegou com o lado errado! Cheira sua mão!
Eu cheirei. Soltei um palavrão que prefiro não repetir aqui, é um blog de família. Meu amigo Alberto - muy amigo, por sinal - ficou rindo de mim, colocando peso na minha consciência e afirmando que o segurança velho a quem eu tentava mostrar que era um real cidadão, capaz de assumir e consertar meus erros, ficou rindo de mim e me achando um verdadeiro idiota.
Eu discordei, falando que não seria tão burro a ponto de cometer aquele erro. Peguei uma folha no chão e mostrei, mimicamente, como catei o segundo cocô. "Não, você fez assim!", ele falava e mostrava. Chegando em casa, fui mostrar a ele, com um outro saquinho verdadeiro, como fiz - de forma correta e sem sujar as mãos. Na verdade, não consegui representar. "Tá vendo, você fez tão errado que nem consegue mostrar!".
Limpei a mão com álcool e concluí: SIM, SOMOS TODOS PASSÍVEIS DE ERROS! E um conselho para a vida toda - leve, de qualquer forma, o saquinho para catar as necessidades do cachorro. Provavelmente, sou motivo de piada entre os porteiros, seguranças, zeladores e faxineiros da Rua Emílio de Menezes. E, como eles são fofoqueiros, o assunto já deve ter chegado nos ouvidos dos funcionários do meu prédio. Ai, ai.
O irônico é que eu, distraído que só, vira e mexe sujo meus tênis nesse incrível bairro de Coconópolis, onde a higiene, por conta de pessoas COMO EU UM DIA JÁ FORA, sumiu.
Leve sempre o saquinho.
Observação: eu realmente gostei dessa foto que selecionei para esse post. É o jeito que escolhi para passear com o cachorro de agora em diante, blindando-se totalmente de qualquer interferência externa (leia-se seguranças!)

Carros bonitos

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Written on 09:55 by Ricardo Paes de Barros

Há um ditado da língua inglesa que fala que a beleza está nos olhos de quem a vê – ou coisa parecida. Em outras palavras, é um critério subjetivo. Costumava me espantar, mas hoje já me acostumei, com manifestações do tipo “mas que porta linda!”, em referência à entrada de um apartamento. Mas é só uma porta! “Não, não é só uma porta, olha os detalhes! Maravilhosa!”. OK. Quem quer ver beleza em qualquer coisa, acaba achando, mesmo que ninguém mais ache. É mais ou menos a mesma coisa com carros.
Nos dias de hoje, há um surpreendente vício de achar qualquer tipo de carro “não feio” bonito. Não consigo acreditar em pessoas que acham o Fiat Stilo um carro bonito. Há uma linha tênue, é importante assinalar, que separa o termo bonito – na minha opinião, um adjetivo que em seu sentido consagrado (legitimamente bonito), é alcançado por pouquíssimos carros – de bem resolvido, que acompanha as tendências, etc. Qualquer carro nos dias de hoje pode, por meio de um bom trabalho da área de marketing e design, ter seu desenho considerado “bem resolvido”. É o caso do próprio Stilo, nesse caso não há o que negar. Trata-se de um design equilibrado, bem feito; enfim, verdadeiramente bem resolvido, mas que não chega no aspecto de verdadeiramente bonito. Pode ser bonito o farol, o painel de instrumentos, a roda; mas de forma geral, não. Não chega a empolgar.
Mas o que é um carro realmente bonito?
Na minha opinião, um carro realmente bonito é aquele cujo design não só é bem-resolvido como, de forma única e diferenciada, faz o coração da gente bater mais rápido, causando um legítimo frenesi. Um carro bonito consegue se vender apenas pelo design, que é um fator emocional determinante na compra. Um Gol, por exemplo, não se vende pelo design, e isso não é segredo para ninguém. Quando do momento de compra, o consumidor em potencial do Gol pensa mais em fatores puramente racionais, como consumo, preço de revenda, pacote de equipamentos e esses assuntos burocráticos e chatos. Que atire a primeira pedra quem dizer ao amigo: “me apaixonei pelo design do Gol, que carro lindo! Comprei na hora, sem fazer um test-drive”.
Talvez essa diferença entre os fatores racionais e os fatores emocionais, que pesam na compra de um carro, explique por que automóveis mais caros possuem design mais diferenciado. Quando alguém muito rico compra um carro, não quer saber do preço da revenda. Ele pode comprar um carro daqueles a cada dia, sem perder dinheiro, uma vez que acabaria recuperando-o na Bolsa de Valores ou na venda de X hectares de sua fazenda. Tampouco ele se preocupa com consumo. O preço é a última coisa que ele quer saber, é um acessório, um detalhe que vai apenas lhe chamar a atenção na hora de assinar o cheque. Quais são suas verdadeiras preocupações? Uma delas é o design. Ele está aliado diretamente ao status que o carro provoca. O design, o status, o desempenho, o som do motor, tudo isso está presente na lista de fatores emocionais, aqueles que o coração do consumidor e o posterior prazer consideram, e não a mente, que compara, com concorrentes da mesma faixa de preço, o quanto o carro gasta de gasolina por mês.
Enfim, consegui definir o conceito de carro verdadeiramente bonito – ou ao menos tentei. Para mim, é uma definição clara. O mais difícil, nesse sentido, é localizar exemplos reais e próximos que se apliquem à teoria que acabei de apresentar. Carros bonitos. Caramba. Você consegue dizer um carro bonito agora? Pois comecemos analisando o mercado premium, de carros superesportivos, aqueles cujos compradores são milionários bon vivant, que adoram um conversível para transitar entre os cassinos de Mônaco, naquele dia de sol.
Vou citar alguns exemplos de carros, ao meu ver, bonitos. Qualquer carro da Maserati e Aston Martin; Jaguar XF, Lotus Elise, Porsche 911, o novo Fiesta europeu, Saab 9-3 Turbo X (mas que tem ser preto, com aquelas maravilhosas rodas de três aros na cor grafite), Audi A5, e o Cadillac CTS, dentre outros. O carro mais bonito do mundo hoje? O Alfa Romeo 8C Competizione (foto abaixo, o carro vermelho). É o estado da arte na forma de automóvel. Pena que apenas 500 unidades foram produzidas ao preço absurdo de 250 mil dólares. Ainda sim, é um carro sublime.



Muitos acham os designs da Volvo totalmente sem graça. Não vou negar, até pouco tempo, eles realmente os eram. Basicamente, caixas de sapato com uma lanterna enorme atrás, ou sedãs com um formato que não variava nunca ao longo dos anos. A situação começou a melhorar com o lançamento do SUV XC90, que não é tão bonito. Quem faz as honras da escola sueca de design automotivo é o compacto C30 (foto abaixo, o carro branco). A traseira é simplesmente magnífica. Compraria um C30 apenas para colocar como elemento de decoração na minha sala. Abre-se, aqui, um aspecto que ajuda a definir o que é um carro bonito: aquele que tem um design clean, limpo, sem firulas visuais. A Volvo é mestre nisso. O novo crossover XC60 não é essencialmente clean, mas é verdadeiramente bonito. Aliás, o mais bonito de seu segmento. Sem dúvida alguma.A beleza, para muitos, entretanto, não é algo essencialmente concreto, como o design. A beleza pode vir do som do motor, da emoção atrás do volante, da excelência no desempenho. Carros que são bonitos concreta e abstratamente são completos. É nisso – a beleza sensorial – que a Volvo precisa trabalhar. Os carros são lindos e tudo o mais, mas pouca – ou nenhuma – emoção é obtida ao volante de um Volvo. São carros tão frios como o inverno mais rigoroso de Estocolmo.
Mas a beleza não se encontra apenas em produtos caros, onde por acaso é mais freqüente. Ela existe, menos comumente, com certeza; em carros mais baratos, os carros para as massas, que vendem pelos aspectos racionais e não pela beleza por si própria. Mas alguns se destacam, é o caso do Fiat Grande Punto. Não sou grande fã dos carros da Fiat, ela faz muita coisa horrorosa, mas o Punto é uma bela exceção. O designer, Giorgetto Giugiaro, possivelmente não estava bêbado como os outros designers da Fiat, que desenharam o Multipla. O Punto é um carro inspirado, lembra os desenhos dos Maserati, e talvez se venda pelo design, belo. É um exemplo real de como a beleza pode ser obtida em carros mais baratos. Tudo está no lugar, os detalhes coexistem maravilhosamente para formar um todo – o próprio carro. (foto abaixo, o carro verde: o Fiat Multipla. O carro mais feio do mundo. Segundo Simon Cowell, "parece que esse carro tem uma doença").
Retomo o ditado inglês: a beleza está nos olhos de quem a vê. O que acho bonito, já consegui expor: carros com design que fazem nosso coração bater mais rápido. Para muitos, a beleza é um design bem-resolvido. Acaba se tornando um critério muito vago, que abrange vários carros. Cito um episódio de Seinfeld, no qual Jerry e Elaine discutem qual é a porcentagem de pessoas bonitas no mundo. Elaine afirma que é 25%, Jerry afirma que não é mais de 5%. Aplicando sua estatística para o mundo dos carros, ele bem que pode estar certo.
Jeremy Clarkson também fez sua lista dos carros realmente bonitos. Nas palavras dele, "Outros carros realmente bonitos no mercado hoje, são o Lamborghini Gallardo, que é um dos carros mais belos já feitos – o Jaguar XKR conversível, principalmente se for cinza escuro – o Alfa Romeo 8C, o Citroën C5 Break, o Lexus IS200, o Corvette C6 conversível, o Dodge Challenger e o Maserati Quattroporte".

Inspiração

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Written on 12:30 by Ricardo Paes de Barros

Jeremy Clarkson é tido como um dos jornalistas mais controversos da Inglaterra pela sua sinceridade e humor ácido e corrosivo. Ele é apresentador do Top Gear, programa de carros da rede BBC (fica aqui a sugestão para quem gosta de programas assim, esse é o melhor da espécie). Sabe o que mais admiro nele? A capacidade de falar abertamente o que não gosta, o que falta em mim. Quando testa um carro que não lhe agrada, ele diz: "mas esse carro é uma porcaria!". Fazendo um review do novo Ford Kuga europeu, ele afirmou que o banco do carro é tão duro e tão desconfortável que ele já sentou em cadeiras de cozinha mais confortáveis. Ainda completou: "aliás, já sentei em cercas mais confortáveis!". Ele ainda tem uma aversão contra praticamente todos os carros da Vauxhall - versão britânica da Opel, da Chevrolet - e pessoalmente odeia o Vectra mais do que qualquer coisa.

Entretanto, quando alguma coisa lhe agrada, todos os ingleses sabem que o produto de fato é bom, dada a sua fama e influência. Ao testar o novo Fiesta - e elogiá-lo, muitos afirmaram que a Ford não precisava mais fazer propagandas do carro porque ele já estava praticamente vendido. Ele serve como um parâmetro para a indústria de carros britânica, ao falar abertamente, sem escrúpulos, sua opinião. Claro, já foi processado, é criticado, muitos o odeiam... é como um Simon Cowell (apresentador do American Idol). Na verdade, é bem a mesma coisa.

Jeremy Clarkson é meio que uma inspiração. Falar a verdade sempre, não omitir a opinião, mesmo que ela seja exposta sem enrolação, não importando as conseqüências... preciso treinar isso.

E-Mail

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Written on 11:56 by Ricardo Paes de Barros

Reproduzo abaixo o conteúdo de um e-mail que recebi, de uma conhecida:

A TODOS MEUS AMIGOS, FAMILIARES e CONHECIDOS - Para todos aqueles que em 2008 continuam me passando as mesmas correntes de 2005, 2006 e 2007, dizendo que, se eu repassar, vou ficar rico ou milionário, que milagres e anjos irão aparecer, além de outras coisas mais... AVISO QUE NÃO FUNCIONOU! Em 2009, se pretendem me ajudar, por favor, mandem dinheiro, presentes ou vales gasolina, gás, refeição, e outros. Obrigado e Deus abençoe todos vocês!

OBS: MAIS CRIATIVIDADE EM 2009 PESSOAS!

Little Boxes

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Written on 07:50 by Ricardo Paes de Barros

Postei, há vários meses, um tópico no qual salientava minha insatisfação com meu “vício” pelas séries de TV e, devo dizer, ele está passando. Coloquemos dessa maneira – Heroes, só via download e assisto só quando quero, por exemplo. Apenas três séries, no momento, são merecedoras de minha atenção: a comédia Old Christine, o drama Dexter (incrível), e a dramédia Weeds, espetacular produção do canal pago americano Showtime. E é dela que vou falar hoje.
É um formato sobretudo diferente de comédia, ao fugir da mesmice cômica americana. Nesse sentido, o humor assume um tom mais negro, pesado, com piadas que tiram sarro das diversas ideologias, etnias, religiões etc. Esse, na verdade, não é o motivo pelo qual assisto à série, e sim seu roteiro sofisticado, o tema (uma crítica mordaz à vida americana no subúrbio), o elenco, composto por Mary Louise-Parker e Elizabeth Perkins, precisamos dizer mais?; e a trilha sonora – a cada episódio, duas músicas novas da mais alta qualidade.
Sobre o que é o programa? Weeds (gíria para “maconha”, em inglês) trata de Nancy Botwin, rica mulher do subúrbio de Agrestic, na Califórnia, que fica viúva de repente e, sem condições de trabalhar, vira traficante de maconha para sobreviver. O mais incrível é que toda a população rica desse subúrbio se envolve nesse esquema, revelando uma sociedade, vamos dizer, drogada.
Para aqueles que gostam de explorar todos os aspectos sócio-culturais que a série critica, lá vai: é um comentário explosivo dos enclaves fortificados (termo poético, esse!) e a vida de fachada que seus habitantes levam. Deixando isso de lado, a conclusão que fica é: Weeds é a melhor comédia americana, e pronto. E talvez seja uma das melhores séries que já assisti.


O título do post, Little Boxes, faz uma referência à música-tema da série, tocada no início de cada episódio. A cada episódio, uma banda diferente toca uma versão. É uma música de 1962, escrita por Malvina Reynolds. Baixe-a.

Retorno

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Written on 13:50 by Ricardo Paes de Barros

Depois de um tempo imensurável, voltei ao batente e resolvi, nessas férias, postar novamente nesse blog. Sem um objetivo específico, apenas... escrever.
See you.